Em muitas noites mal dormidas,
ao sono que não continha,
sozinha em sombras perdidas,
esperava... aquele que não vinha.
Contava a si mesma histórias,
de vidas não vividas;
e, mesmo entre tantas memórias,
no amor ainda via.
Cantava às estrelas distantes,
nas horas em que o mundo dormia;
seus olhos, de olheiras vibrantes,
em triste beleza luzia.
Fugia dos sonhos escuros,
dos monstros que a mente trazia;
num mar de temores impuros,
entres pesadelos sofria.
Insone, mente cansada,
do passado que a feria;
cria ser por fim curada
se um dia alguém a amaria.
A cada noite pensava
no amor que já não sentia,
nos sonhos que desejava,
mas o coração... já não cria
tão nula, tão fria;
no amor não mais,
acreditaria...
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