João Pedro Gomes

Tão belo, era

Quando a manhã caiu sobre nós,

e estávamos em um quarto do outro lado,

acordando com você em um pequeno colchão,

como os amantes mais próximos,,

matando o tempo, afogando o passado.

 

Após as cinzas se esvaírem,

como foi que ressurgimos?

Com o destino, foi assim.

E agora, eu vejo as memórias todos os dias.

 

Estávamos rindo, com nossos amigos,

na beirada da piscina, longe dos perigos.

Olhei em volta: era tudo lúdico,

e nada mais importava.

 

O sol radiante em seu rosto,

quando você espirrou água em mim,

o sorriso de canto enquanto me observava.

Tão belo, era.

 

O aroma do seu abraço caindo sobre mim,

nossas declarações por telefone,

as despedidas quando você partia.

Tão belo, era magia.

 

Quando a escuridão caiu sobre o céu,

sumimos de cena, os suspiros surgiram no vácuo do silêncio.

Deitado com a cabeça em seu colo, e foi assim que terminou.

Aos poucos, nos perdemos de vista de novo,

enterrando expectativas de uma ideia,

somos nós.

Eu sei que foi melhor assim — adiantamos nosso fim.

 

Quando perdemos a noção do tempo,

e o calor se dissolveu entre nós.

foi a porra de uma memória sagrada.

Quando ficamos cegos em meio às fantasias da madrugada.

foi a porra de uma herança sagrada.

 

Estávamos rindo, sozinhos,

deitados no chão, longe dos perigos.

Olhei em volta: era tudo calmo,

e nada mais importava.

 

O brilho da lua transparece na janela,

quando o toque evapora as gotas de água em sua pele,

o sorriso de canto enquanto te observava.

Tão belo, era.

 

O aroma do seu abraço caindo sobre mim,

nossos sussurros na madrugada,

as despedidas enquanto você partia.

Tão belo, era magia.