Vejo várias pessoas similares à mim
Em termos de idade, algumas com
Poucos números à mais, outras com
Poucos números à menos
Que dispararam vários “nãos”
Reticentes, em relação à cada impulso
Desejo ou ideia proveniente
Da chama que elas guardavam
Quando eram crianças
Elas negavam cada convite
De versões passadas delas mesmas
Para brincarem, explorarem, buscarem
Negavam o bastante a ponto de causarem
O óbito delas por sufocamento de seus pedidos
Por isso que temos tantas pessoas
De imaginação atrofiada
Que quando olham para nuvens
Eles apenas dizem
“nuvens”
A sua pessoa cultiva a criança interior
Tal qual uma jardineira regando uma planta
Uma mar abrigando os seus peixes
Ou um sol iluminando seus espectadores
Com esperança
Voc? vê cores onde os outros vêem diferentes tons
De ausência de cor
Seus olhos observam a beleza da vida
E toda a luz oferecida por ela
Enquanto os outros enxergam apenas brevidade
E mortalidade
Sua imaginação veste as outras coisas de nomes e formas
Mais que divertidas, enquanto os outros se contentam
Ao enfadonho plausível e ao monótono realista