Jairo Muitonegro
O Eco que Ensina
Há feridas antigas, marcadas no caminho,
Ecos de um tempo que já foi e está sozinho.
Às vezes, a memória, um véu a se rasgar,
Convida a alma aflita a revisitá-las, a encarar.
Não para reviver a dor, em vão e sem sentido,
Mas para entender o nó que outrora foi tecido.
Cada lágrima vertida, cada perda, cada chão,
Esconde em si a chave de uma nova direção.
Pois é na fenda aberta, na dor que se revela,
Que a luz da compreensão, aos poucos, se desvela.
O que foi sombra um dia, o que foi escuridão,
Hoje pode ser farol para a libertação.
Olhar para trás, sem mágoa ou lamento,
É extrair do passado o puro aprendizado lento.
As dores que pesaram, o riso que se calou,
São partes da história que a mim me formou.
E nessa revisita, o coração amadurece,
Desata amarras velhas, o espírito floresce.
Com a alma mais inteira, mais forte, mais real,
O amor se aprofunda, num vôo fundamental.
Assim, o sofrimento, que antes foi prisão,
Transforma-se em ponte para a evolução.
Um eco que ensina, que cura, que liberta,
Para uma nova fase, a vida está desperta.