Javier Jimenez

Do Lençol à Pele

Do Lençol à Pele

 

O lençol que um dia acobertou a pele — contra o frio —

Cedeu lugar ao corpo nu, que acende nossas paixões.

Anos de contemplação em silêncio – de noites em calafrio, 

Culminaram no encontro de dois, sedentos de sensações.

 

Encorajados pelo encanto do elixir etílico, libertador, 

Fomos lançados um contra o outro em pura adrenalina, 

Devorando-nos no prazer da carne, em febre e furor, 

Até o zênite das vontades da nossa natureza felina.

 

E quando o tempo, em silêncio, chamar de novo o desejo,

Voltaremos no sigilo a ser faísca, suor e lençol entrelaçado.

Guardado na pele, os arrepios e o sabor do último beijo,

Que dorme à espera do próximo encontro, do pecado.