Do Lençol à Pele
O lençol que um dia acobertou a pele — contra o frio —
Cedeu lugar ao corpo nu, que acende nossas paixões.
Anos de contemplação em silêncio – de noites em calafrio,
Culminaram no encontro de dois, sedentos de sensações.
Encorajados pelo encanto do elixir etílico, libertador,
Fomos lançados um contra o outro em pura adrenalina,
Devorando-nos no prazer da carne, em febre e furor,
Até o zênite das vontades da nossa natureza felina.
E quando o tempo, em silêncio, chamar de novo o desejo,
Voltaremos no sigilo a ser faísca, suor e lençol entrelaçado.
Guardado na pele, os arrepios e o sabor do último beijo,
Que dorme à espera do próximo encontro, do pecado.