Anya

Vento e InocĂȘncia

Aquele estranho que surgia no meu jardim
nunca mais voltou.
Ainda me pergunto quem era,
e por que vinha sempre ao entardecer,
quando o céu se vestia de laranja
e o vento soprava segredos nas folhas.

De cabelos cacheados e pele morena,
ele aparecia silencioso,
como se o mundo o tivesse esquecido ali.
E eu, ingênua, o esperava —
sem saber o que esperava de fato.

Um dia, o vento levou seu nome,
seu rastro, sua sombra.
Foi-se como quem nunca existiu,
deixando-me apenas o eco de uma presença,
e o peso leve da inocência perdida.