Marçal de Oliveira Huoya

Super-Homem

O Homem bonito,
É um mito,
E é um drama,
Vive do sacrifício,
Da fama e do suplício,
Da auto flagelação,
Da injeção dolorida,
A solução de sua vida,
Em um músculo colorido,
Em cicatrizes e tatuagens,
Suas tribos inventadas,
Clones da sua própria imagem,
Cabeças raspadas e peitos esculpidos,
Se sente forte e temido,
Mas é tão desprotegido,
Num futuro atrofiado,
Um Universo contido,
Sua saúde espartana,
Lhe engana, em comprimidos
Mesmo aos espartanos,
Ás gregas e aos troianos,
As cegas e aos paisanos,
Para quem a inteligência,
Não basta,
E a aparência é uma casta,
E a consistência,
Não chega

Crente e fiel,
Ao Deus Apolo,
Ama ardentemente,
De maneira solo,
Ama sua própria self,
De costas e de frente,
De lado e de perfil,
Posta irreverente,
\"hashtag\" partiu

O Homem bonito,
Tem os ritos de seu próprio mito,
Esconde seus dramas,
É o espelho mais cobiçado,
De quem vive,
Para ser desejado,
Mania estranha,
De não saber bem,
Quem se é,
Um Super-Homem sem fé,
Um Semideus desesperado,
Com suplementos selecionados
E um tênis importado,
Em cada pé.

O Homem bonito
É um mito

Mas quem não é?