Na amplidão célica o que procuras,
Tu que tens o olhar vago de chorares,
Quando o céu de asas se veste fulguras,
Da saudade os místicos luares.
De finados, o dia que perduras,
Tem lágrimas de chuva pelos ares...
Quantos desertos, quantas sepulturas,
Tem cada peito aqui a caminhares.
Um que partiu, que há de partir, e a morte
Teu manto arrasta por essas veredas
Como o vento as folhas para o norte.
São sempre fundos os olhares nossos:
Tu que vens no alvor ou em negras sedas,
Levai em paz um dia os meus ossos...
Thiago Rodrigues