Thiago R

Dois De Novembro

Na amplidão célica o que procuras,

Tu que tens o olhar vago de chorares,

Quando o céu de asas se veste fulguras,

Da saudade os místicos luares.

 

De finados, o dia que perduras,

Tem lágrimas de chuva pelos ares...

Quantos desertos, quantas sepulturas,

Tem cada peito aqui a caminhares.

 

Um que partiu, que há de partir, e a morte 

Teu manto arrasta por essas veredas 

Como o vento as folhas para o norte.

 

São sempre fundos os olhares nossos:

Tu que vens no alvor ou em negras sedas,

Levai em paz um dia os meus ossos...

 

Thiago Rodrigues