Tem coisa divina no encalço de gente desavisada para acontecer
Flores perfumadas para dissipar o silêncio e o noturno
Flores espetaculares para a ocasião incerta
Colorirão um mundo quase esquecido
Tem amabilidade cicatrizando a tristeza
Que pede bis à vida cinzenta, desacreditada
Mas vem, caminha sem o teu salto que a dor é ciumenta
E gosta de fazer escândalos
Vem sem tornozeleiras que começam na mente
É hora de voltar a caminhar
Que o trajeto tem tormenta
Tenha um punhado satisfatório de fé
faz como os índios que descalços andam bem
E não sofrem com boletos não rarefeitos
Incrementados de números e preocupações
Vamos fazer o uso natural
Das coisas sociáveis, simples
Pronuncia a fé e segue viagem
Residiremos novamente na casa sem muitas grades
A vida estava ficando fria
Vem, renuncia lança e a flecha
Nem pensa em nitroglicerina
Para não equiparar nenhuma revolução nefasta
Chega de baderna, chega de guerras
Pois hoje vai ter festa
Até o sol anoitecer
As lembranças estarão aquecidas para reviver
Com Madalena ou com Beatriz
Temos coisas divinas para ainda realizar em São Paulo ou em Paris
Teremos pernas boas para dançar como nos anos 80
Vem comigo extravasar a sentença que liberta
tem coisa divina para recomeçar
Eu sou espectador de coisas invisíveis
de poderes imediatos
Possíveis de se festejar
Surfista inexperiente que nunca caiu por ondas
Fortes com sabor da morte
Abandonei as dores que interferem
O calcanhar de Aquiles está seguro
Fabricantes de sistemas de artilharia moderna
Deveriam habitar outra Terra
Deveria ser a do nunca.