Tem um monstro dentro de casa, fechar as janelas, não importa
Trancafiado embaixo da cama, morando junto à poeira
Eu me compadeço
Os guardas cospem nele
Só eu o ouço tremer
A caixa chacoalha à noite
O bicho se sente mais à vontade quando não consegue ouvir portas batendo
Lhe forneço doces e bebidas, mas ele não quer mais comer e beber
Pelo buraco da caixa do tamanho de uma mão infantil
Ele quer que eu coloque o meu dedo
Para que eu perceba que não serei comido vivo
Então quer que eu coloque o ouvido
Para que cuspa um pouco do líquido que o faz afogar
Embaixo da cama, ele dorme tranquilo
Enquanto carrego o amor que ninguém quis lhe dar