Há manhãs
em que tudo parece sussurrar
mas o tempo não fala
apenas em silêncio atravessa
Os segundos se acumulam
como poeira sobre os móveis
ou o esquecimento sobre o nome
Uma xícara vazia
um livro aberto
e o mesmo ar de sempre
perene e eterno
Talvez viver seja ouvir
o ruído do que não volta
e aprender a deixar o instante
ser apenas instante