Brunna Keila

A Casa Que o SilĂȘncio Escolheu

Existem amores que não são feitos apenas de paz.

São feitos de lar.

De um lugar que não tem paredes,

mas tem um rosto onde a alma descansa.

Há pessoas que são como refúgios -

mesmo confusas, mesmo distantes,

elas carregam uma serenidade que acalma a tempestade dos outros.

São o tipo de presença que fala mesmo quando o corpo silencia.

E é nesse silêncio que a gente aprende o que é amar.

Ele é assim: meio isolado,

guardando dentro de si um universo que ninguém entende direito.

Mas é nesse mistério que mora o encanto.

Há uma paz mansa no jeito dele,

uma paciência que não se explica - apenas se sente.

Estar longe e, ainda assim, sentir-se perto,

é uma das dores mais belas que o amor pode ensinar.

Porque há laços que não precisam de toque,

basta o pensamento - e o coração já se reconhece.

Às vezes, dá vontade de ir atrás,

de seguir o rastro da calma que ele espalha pelo caminho,

de dizer que o amor não é sobre entender,

mas sobre permanecer, mesmo sem razão aparente.

E quando o mundo fica barulhento demais,

é nele que a alma volta a ser casa.

É nele que o amor, mesmo em silêncio,

fala alto.