SADE

Sussurros do outono

Que venha o outono, meu amor,
com o vento sussurrando promessas,
para que eu me perca em teus braços,
entre folhas e gemidos, entre o frio e o fogo do teu corpo.

Quero que o calor do teu toque
me derreta como o sol que se despede do dia,
que minhas mãos encontrem cada curva sua
como quem decifra um segredo antigo e proibido.

Serás minha — não apenas em sonhos,
mas no roçar da pele, no arrepio que antecede o beijo,
no instante em que teu olhar me desnuda
e teu desejo me chama, sem palavras.

Que venha o outono, sim…
para que eu floresça em teus braços,
num amor que queima, suave e intenso,
feito chama escondida sob o véu das folhas caídas.

E quando o vento soprar,
que ele leve apenas o que não somos,
porque o que somos — carne, alma e desejo —
ficará preso… entre teus lábios e os meus.