Eu não imaginei
que voltaria a sentir
tantas coisas bonitas.
Mas a vida teimosa e generosa
me lembrou da velha promessa:
depois da tempestade, vem a bonança.
E veio.
Depois de tantas chuvas e trovões,
de caminhos molhados e dias cinzentos,
surgiu o arco-íris.
Mas ele não tinha sete cores
tinha lindos olhos.
Olhos que me convidam a mergulhar
nesse oceano de calma e vertigem.
Tinha também um sorriso,
bobo e sincero,
e um abraço que veste o corpo
como abrigo em noite fria.
O mais bonito de tudo
é que o sentimento veio disfarçado de amizade,
e quando dei por mim,
me apaixonei pelo meu amigo.
É doce te ter por perto,
mas agora de um jeito novo
com pele,
com toque,
com desejo.
Confesso:
tenho medo.
Medo que o encanto se perca,
que o destino nos brinque,
que eu sinta demais
num tempo que pede calma.
Mas o medo não grita mais alto
do que a vontade de viver.
Quero uma conexão que ultrapasse o efêmero,
que não se limite a um instante bonito.
Quero me entregar inteira
sem regras,
sem limites,
sem “e se”.
Apenas o eu e você.
Se a Ana de 2015 soubesse,
ela sorriria.
Não acreditaria,
mas ficaria orgulhosa
por enfim viver o
que antes um dia guardou em silêncio.
Desde que você chegou,
o tempo corre leve.
Os dias são feitos de suspiros
e a saudade já tem nome.
Por vezes, quis ter uma bola de cristal,
pra espiar o futuro.
Hoje, não quero.
Prefiro viver o agora,
como se cada dia fosse o último,
torcendo pra que o meu amanhã
ainda encontre o seu.
E que, quando se encontrarem,
se reconheçam
como quem sabe
que depois da tempestade,
sempre vem você.