O amor, às vezes, não grita.
Ele sussurra —
num olhar atento enquanto você fala do seu dia,
num café feito sem que você peça,
na mensagem simples: “chegou bem?”
Ele se esconde nas entrelinhas da rotina,
como quem sabe que o essencial não precisa de palco,
só de presença.
É quando alguém lembra do seu medo mais bobo
e segura sua mão sem dizer nada.
É o silêncio confortável entre duas pessoas
que já não precisam preencher o tempo com palavras
para se sentirem inteiras.
O amor mora no “se cuida” dito com voz baixa,
no cobertor puxado de madrugada,
no jeito como alguém ri de um jeito que só você entende.
É quando a alma encontra abrigo no riso leve,
na tranquilidade de ser quem se é,
sem precisar disfarces ou defesas.
Mesmo quando o mundo aperta,
quando tudo parece instável e distante,
o amor é a parte que permanece firme.
Como um farol na neblina,
ele não impede a tempestade,
mas guia.
Não resolve todos os medos,
mas lembra que você não está só.
E é aí que ele mais se revela —
não nos grandes gestos,
mas na constância delicada de quem fica,
de quem escuta,
de quem cuida.
De quem transforma a simples presença
em paz.
Porque, no fim,
amar é isso:
tornar a vida menos pesada
só por estar nela.