Sezar Kosta

NAS PEQUENAS COISAS, O AMOR

O amor, às vezes, não grita.

Ele sussurra —

num olhar atento enquanto você fala do seu dia,

num café feito sem que você peça,

na mensagem simples: “chegou bem?”

Ele se esconde nas entrelinhas da rotina,

como quem sabe que o essencial não precisa de palco,

só de presença.

 

É quando alguém lembra do seu medo mais bobo

e segura sua mão sem dizer nada.

É o silêncio confortável entre duas pessoas

que já não precisam preencher o tempo com palavras

para se sentirem inteiras.

 

O amor mora no “se cuida” dito com voz baixa,

no cobertor puxado de madrugada,

no jeito como alguém ri de um jeito que só você entende.

É quando a alma encontra abrigo no riso leve,

na tranquilidade de ser quem se é,

sem precisar disfarces ou defesas.

 

Mesmo quando o mundo aperta,

quando tudo parece instável e distante,

o amor é a parte que permanece firme.

Como um farol na neblina,

ele não impede a tempestade,

mas guia.

Não resolve todos os medos,

mas lembra que você não está só.

 

E é aí que ele mais se revela —

não nos grandes gestos,

mas na constância delicada de quem fica,

de quem escuta,

de quem cuida.

De quem transforma a simples presença

em paz.

 

Porque, no fim,

amar é isso:

tornar a vida menos pesada

só por estar nela.