Atenção, futuros românticos —
o amor não é slow motion na chuva.
É o barulho do garfo no prato errado,
a diplomacia diante da toalha molhada
que insiste em viver fora do varal.
O amor é sobrevivência afetiva,
um campo minado de pequenas rendições.
É filosofia aplicada à vida real:
ceder a última colher
sem declarar independência.
Às vezes, penso que amar
é o maior exercício de metafísica prática:
duas almas tentando coexistir
no mesmo sofá desajustado,
entre risadas e silêncios de wi-fi instável.