Acordava animada
Não me importava
Jamais via a hora
Me importava o agora
O dia ensolarado
O vento gelado
Descia como um raio
Corria sem calçado
Era tudo tão colorido
O céu me fascinava
No azul colorado
As nuvens caminhavam
Tinha sede por aventura
A cada dia, uma loucura
Procurando por uma criatura
Que só existe em escrituras
E quando eu me cansava?
Ah, muito simples
Eu ia para casa
Beber água
Chegando na sala
CD’s transbordavam
No sofá, deitada
Biscoitos, mastigava
A noite espreitava
O sono me alcançava
Na cama, me deitava
Cansada, roncava
O sono perdeu o seu reinado
O despertador tocou
Com o cacheado bagunçado
Acordei de mal humor
Que estranho
Criança não fui ontem?
Aquilo era um sonho
O hoje chegou
O tempo correu
Rápido demais
De ser feliz, me impediu
Me alegrarei, jamais
Agora, nada parece colorido
O céu não me fascina
E as pessoas do mundo
Estão em constante corrida
Tenho sede real
Loucura irreal
Sou a criatura
Mais obscura
Eu me canso
Tanto faz
Não posso ir pra casa
Chegou a minha vez
Minha vez de me preocupar
Minha vez de me cansar
Minha vez de me sustentar
Minha vez de me importar
Não quero,
Não posso olhar pra trás
Tchau passado
O futuro chegarás