Sou o instante antes do pensamento,
a pausa entre o que sinto e o que digo.
Sou o reflexo que não se reconhece,
mas insiste em procurar sentido.
Não há mapa que me contenha,
sou o desvio e o retorno,
a fronteira entre o medo e o encontro,
a voz que se cala pra entender o próprio eco.
Carrego o peso do que ainda não vivi,
e a leveza do que decidi deixar.
Sou o intervalo entre o fim e o começo,
onde a alma descansa e se refaz.
Não busco respostas,busco presença.
Não quero certezas,quero silêncio.
Sou o que resta quando o mundo adormece,
e o que nasce quando eu enfim me vejo.