Um poeta tem várias maldições,
Mas vamos falar da minha.
Aquela que dá origem às minhas canções,
Que se parecem mais com diálogos de um louco...
Olho muito e sinto tudo, vejo tudo
Sinto muito, nunca pouco.
Um movimento, um olhar, um falar, um tudo!
Vou reconhecer de longe
Um gesto ruim, um gesto amável...
Mas nem vou abrir a boca
O que vejo me parece degradável...
Infidelidade. É o que mais vejo,
Não por querer ver,
Mas porque é a realidade.
Só quero fechar os olhos,
Interprete como quiser,
Afinal, você é livre, mas não livre do meu olhar.
E como eu faço para me livrar? Nada.
Não tem o que fazer, nasceu comigo
E morrerá comigo. É o significado de maldição,
E mal dita seja ela...
Não consigo nem descrever...
É complicado.
Você sabe o quanto te afeta, quando você nem consegue escrever...