Abel Ribeiro

Poema para Abelim Maria

Poema para Abelim Maria

 

A amiga de Cauby

Que adorava Dalva de Oliveira partiu

A voz de Babalu, gente humilde, cinderela

Que inspirou, Elis, Ney, Piaf, Gal, Milton, Cesaria...

Dormiu!

Deixando-nos a pensar numa janela

Do cantar romântico e deslumbrante

Que conheci no LP de meu pai

Mas que certa vez escutei na voz de mamãe

Dorinha, que também era Maria

Inigualável filha do seu Dico seresteiro

E que é a raiz dessa poesia.

 

Abelim se tornou Angela

Negra, operaria, a voz do radio

Não podia ter filhos

Mas foi uma andorinha que voou

Cantou como ninguém

O amor!

Sofreu! Porém adotou

Ângela, Lis, Rosângela e Alexandre

Se apaixonou, casou...

Como uma doce melodia

Não foi qualquer Maria.

 

Sua vida foi uma canção

É verdade!

Sinto assim todo o meu peito se apertar

Só de falar!

Por que aconteceu de repente?

Essa partida, não estávamos a esperar

Ahhhhhh

Estamos felizes de lembrar...

Ela foi onipresente

Mas é difícil ver uma mulher humilde dando adeus

Que vontade de chorar....

 

Abel