Eu não sei quem eu sou,
E isso me mata,
Me corrói.
Eu sinto uma tristeza no meu peito,
Uma angústia,
Uma vontade de me abraçar.
E, quando faço isso, a dor sobe pela garganta,
E eu soluço no choro.
Eu queria muito, muito mesmo
Ser alguém,
Porque eu já entendi que, se quero ter alguma coisa,
Eu a construo.
Mas como eu faço para ser alguém?
Eu estou falando do meu eu.
Eu não sei quem eu sou.
Eu me escondo
E me engano.
Eu só sei que,
Quando olho no espelho,
Parece que nada está certo,
Que não era assim que devia ser.
Eu sinto vontades que somem em um instante
Pelo medo do julgamento
E das consequências que as ações podem me trazer no futuro.
O que eu falo pode me afetar ou afetar os outros de alguma forma.
Eu não quero errar,
Eu não quero me magoar
Ou magoar outras pessoas.
Mas eu estou sempre, sempre magoada,
Chateada,
Irritada
E com medo,
Porque eu estou perdida,
Perdidassa.
Eu escrevo sobre meus medos, sonhos, esperança, a vida,
Mas eu, quem é a pessoa que escreve?
Eu estou cansada
De não ser alguém
Para mim mesma,
De me sentir um vazio
Desconhecido
E escuro,
De que, ao tentarem me abrir, não haja nada lá dentro,
Além de confusão.
Eu estou cansada de olhar para o espelho e ele não refletir meu coração,
Mas acho que é verdade que o reflexo está nas palavras que escrevo,
Nestes sentimentos íntimos.
(03:45 26/10/2025)