Na minha boca, não há língua
Que me permita saborear o risoto caprese
Enrolando-o num lençol, prendendo-o num mata-leão
Eu balbucio quando falo
Saliva esguicha pelas glândulas
Sou um monge moderno
Cortaram a minha língua
As comidas estão sempre à mostra
Até os peixes comem o arroz que atiram nos lagos
Eu olho e como pelos olhos
Existe vazio maior
Que o anseio por ser devorado?