Na minha adolescência
Cultivava horror a escrita
Era algo rudimentar ao meu ver
Coitado de mim
Mal sabia que seria forçado a este fim
Por sempre sentir muito e intensamente
Fiz da escrita lugar seguro e curativo
Das artes cênicas e dança
Me restou o papel e a caneta
Da dor em meu lado esquerdo
Sintia descer o destino até minhas mãos
Como poderia adivinhar?
Que por não saber sentir a angústia
Aprenderia a descrevê-la com sangue e risos.