No brejo dorme o sapo mudo,
guarda o segredo, o som miúdo.
Lua testemunha, vento vigia,
começa o ponto, nasce a magia.
Linha vermelha na mão
fio do tempo, laço e prisão.
Chamo o nome, traço o destino,
falo baixinho, verbo divino.
Fica contido quem me feriu,
tudo o que disse já se extinguiu.
Na boca do sapo repousa o som,
silêncio sagrado, justiça e tom.
Cada costura, um nó de poder,
cada palavra, um renascer.
Não peço mal, peço sossego,
que a língua falsa perca o apego.
Sapo do brejo, guardião da calma,
fecha o nome, protege minha alma.
Que o dito cesse, que o mal se vá
pelo brejo, pela lua, assim será.