Em minhas madrugadas a dentro,
Mais uma xícara de café me acompanhava.
Buscava em meio aos meus demônios
A inspiração que foge, esquiva
Até que uma frase me invade a mente:
\"Espero que a morte seja tão confortável
Quanto os braços de meu pai me levando para cama.\"
Um silêncio toma conta, profundo e vasto.
Olho para o fundo da xícara,
Tentando encontrar respostas no fundo da xícara,
Mas tudo o que vejo é o café,
E de repente penso:
\"Acho que todos nós temos uma memória de infância
A que nos apegamos.\"
Memórias de segurança, de aconchego,
De confiança inabalável,
Como se o mundo inteiro não pudesse nos ferir.
Hoje, ao ver fotos de quando éramos pequenos,
Pensamos: \"Que foto horrível, que idiota,\"
E rimos.
Mas a risada, pouco a pouco, se desfaz,
Dando lugar às memórias que vêm como ondas no mar.
Percebemos que, por mais que as fotos não sejam belas,
Os sorrisos eram verdadeiros.
Ainda somos crianças, porém hoje escondemos o rosto para chorar.
ASS:apenas_nada