E este supermercado cheio de silêncios:
os carrinhos de compras enfileirados
a mulher falando sozinha no celular
um homem carregando um ramo de flores
como quem segura uma desculpa esfarrapada
e a lua dobrada em quatro no vidro do carro
Eu penso escrever sobre isso
mas o poema se recusa a sair
como se dissesse bem claro:
“deixa o mundo quieto, só hoje”