Não tenho nada com isso!
Dos marimbondos...
\"Marimbondos de fogo\"
Ao corisco vagabundo,
Riscando o cêu em todo o mundo,
Do vaga-lume
Com seu lume ,
A acender, na retaguarda , o facho,
Da estrela cintilante
Ao sol itinerante,
Do luar, suspenso no horizonte ,
Das nuvens do arrebol que sobreveio,
Tudo é luz! Tudo resplandece
Em céu luzente!...
Todavia, em nota dissonante ,
Tolda o brilho
De encantos tantos,
Antevendo o incandescente rastilho --
Algo por demais cruel,
Onde ninguém se importa
De abrir a porta
Pois a \"Inês é morta\",
E da Justiça -- a balança entorta,
E as instituições, batendo
Cabeças, qual cego em tiroteio,
Não enxergam a verdade,
Relegam as normas,
Como se fora a Constituição Federal
Guardiã da Lei, letra morta !...
Não importa o Direito,
Estabelecidas provas, que impunham
Do acusado -- liberdade,
Se dão um jeito
De convicções sobreporem-se às provas,
Bem sei, não importa!...
Contudo, entoo meu canto --
Um canto às vezes brisa, furacão,
Às vezes brando, às vezes fogo revel,
Pirimlampo indomável,
Que não é fogo, fogaréu, ou fogacho!...
Apenas pirilampos de fogo,
Num Brasil, tudo às avessas,
Semelhando a uma Torre de Babel !