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O Anjo na Ponte

Na beira da ponte, ele encontrou um “anjo” —
não um ser celestial, mas alguém cansado da dor.
O sorriso no rosto vinha de remédios, não de paz.
O brilho nos olhos era só o reflexo de quem desistiu há muito tempo.

Com voz calma, o anjo disse: “é hora de ir.”
E juntos contaram — um, dois, três... vitória.
Mas a vitória era o silêncio, o esquecimento,
a falsa sensação de liberdade quando o corpo ficou pra trás.

O riso no fim não é alegria — é o som do vazio,
de quem tentou ser feliz por dentro, mas só conseguiu fingir por fora.
Essa poema não fala de voar, fala de cair.
Não fala de céu, fala de quem cansou de tentar chegar até ele.