Thiago Cezar

Da triste realidade

 

E não pensem que a vida
Seja só felicidade
Erra feio a pessoa 
Que fala com propriedade 
O homem sofre desde pequeno
Desde a tenra idade 
Tu quer ver sofrer mais ainda
É depois da mocidade.

É namoro, é noivado
E depois o casamento
O que era “pra” ser bom
Só tristeza e tormento
A gente sofre mais ainda 
Com o seu desfazimento
Sai sorriso e abraço 
Vem tristeza e lamento.

Eu não sei o que acontece
Com a tal situação 
Dois é melhor que um
Muitas vezes não é não 
O casal não aguenta mais
Só berreiro e xingão
Ainda tem coisa pior 
Soco, tapa e empurrão 

No tempo lá dos antigos
A coisa era diferente
O casamento existia
Para se viver contente
Vinha filho, vinha neto
Que feliz aquela gente
Hoje é só desilusão 
Ninguém sabe o que se sente.

Uma vez já me disseram
Que não era bem assim
Mesmo naquele tempo
O casamento era ruim
A mulher se escondia 
“Pra” chorar em seu jardim
O marido maltratava
Era lágrima sem fim.

E o tempo foi mudando
Para esse e aquele lado
Quem ganhou com tudo isso
Foi o “dotô” advogado
O casal nem se conhece
Já quer viver atado
Eu não sei por que casar
Se é “pra” viver brigado.

E quem sofre juntamente
Com certeza é as crianças
Ter papai e mamãe felizes
Já não passa de esperança 
Se soubessem respeitar 
Os seus filhos na infância 
Não olhavam um para o outro
Com os olhos de vingança.

Outra coisa muito séria 
Acontece de verdade
Os pais falam palavrões 
Olhem só quanta maldade 
Na frente de seus filhinhos
Que tamanha crueldade
Quem escuta isso em casa
Repete com facilidade
Daí vem os mal-criados
Que atrapalham a sociedade.

Outro fato verdadeiro
Com relação à criança 
É uma “baita” diferença 
No quesito confiança 
Quem tem papai e mamãe 
Junto em aliança 
O filho já nasce forte
Na certeza e segurança.

E terminando os versos
Me perdoem a intromissão
É apenas um desabafo
Não se trata de opinião 
Se existe algo falido
É o respeito e a afeição 
Do casal um pelo outro
O que traz a solidão.