Entre os restos do que fomos,
há um silêncio que grita.
Carrego nas mãos as migalhas
de um amor que ainda respira.
Não sei se é cura ou castigo
essa vontade de ficar,
de costurar o que rasgou,
mesmo sabendo que vai doer tocar.
Teu nome ainda pesa no peito,
feito promessa e ferida.
E eu, que tentei te esquecer,
só aprendi a sobreviver à partida.
Há dias em que lembro da chama,
e outros, do frio que sobrou.
Mas no fundo, entre o medo e a fé,
ainda espero que o amor nos salve.