Poesia não morre, apenas se esconde.
Refugiada atrás de sentimentos reprimidos, debaixo da poeira do descuido, esquecida no tempo. Como uma criança querendo chamar atenção, ignorada por olhares insensíveis.
Poesia não morre, foi sepultada viva.
Atropelada no apressar de sua leitura, usurpada por miragens ilusórias, sua melodia é abafada por barulhos fugazes.
Poesia não morre, quando tentaram te amordaçar, lá estava no cântico dos pássaros, quando te perseguiram se acolheu em meus braços sorrindo para mim.
Poesia não envelhece, se renova como a águia, renasce feito a luz da aurora, quando regada se revigora.
Esta viva como nunca esteve, meus olhos fisgam sua beleza na imagem esculpida, te ouço no conjunto dos acordes e nas vozes casadas, te sigo no drible do jogador, te encontro no beijo arrebatado e nas preces derramadas