O mesmo sangue quente
Que ferve com tremor o meu corpo
E que me impulsiona a existir,
Você tem.
Eu tenho a tua pele clara,
O jeito covarde de ferir.
Você sabe mais do vazio,
Mas do vazio eu também aprendi...
Com você.
Que fosse o cálculo da genética;
Que fosse só a tua beleza assemelhada a mim.
Mas não foi.
Foi pior.
Foram teus demônios
Que moraram em mim;
Os esverdeados de nossos olhos
Tão límpidos,
Acalentados por uma devasta solidão;
Foi dessa dor que você aprendeu a beber,
Um sabor amargo,
Que me acostumei assim.
Agora você sela teus lábios junto às minhas feridas
E me faz acreditar que o amor não dói,
Mas às vezes,
O nosso dói.