Na rua em que a vida uniu nossos dias,
morava o riso, moravam poesias.
da janela confessou me olhar
o vento e o tempo, a me observar.
Tão perto estavas — tão doce, tão calma,
tua presença morava na alma.
Mas uma hora, partiste e ficou a dor,
levando contigo um resto de cor.
A rua ficou vazia, sem brilho,
faltava o som do teu andar tranquilo.
E eu, meio bobo, tentando entender,
vi o mundo perder o porquê de viver.
Os dias passaram, viraram canção,
feita de ecos, de recordação.
Mas eis que o destino, em curva e laço,
trouxe de volta teu leve abraço.
Te vi, e o sol nasceu de repente,
como se o céu sorrisse contente.
O tempo parou pra nos ver cruzar,
dois corações tentando se achar.
Ainda me perco, confesso, às vezes,
faço o errado por mil revezes.
Não quero ferir-te, é medo, é dor,
é medo de errar com quem me ensinou amor.
Tu és, pra mim, o girassol,
que busca a luz sob o arrebol.
Mesmo na sombra, segues brilhando,
mesmo distante, sigo te admirando.
Teu jeito é paz, é lar, é cais,
é o porto onde eu volto e fico em paz.
Teus olhos guardam um mundo inteiro,
onde o amor é simples e verdadeiro.
Se o tempo tentar, um dia, afastar,
No campo do girassol vou te procurar.
E quando o campo dourar de sol,
verei teu rosto no girassol.
Pois tu és luz, és sorte, és bem,
és tudo que na vida de quem tem.
E mesmo se o vento apagar o farol,
meu coração vai seguir teu sol.
És o girassol da minha rua,
Um dia quisera também ser da sua.
Oh girassol da doce semente
Te guardarei pra sempre em minha mente...