O amor chegou leve,
como brisa que acaricia o peito,
mas partiu pesado,
como chuva que não cessa no fim da tarde.
A tristeza veio depois,
com olhos cansados e passos lentos,
pintando o mundo em tons de cinza,
onde antes havia cor.
A raiva ardeu,
feito fogo que não pede licença,
queimando pontes,
e acendendo verdades que o medo escondia.
A dor ficou,
silenciosa, persistente,
ensinando que crescer
também é saber suportar.
A ansiedade chegou primeiro,
antes de tudo acontecer,
gritando no escuro
coisas que talvez nunca existam.
O luto...
ah, o luto é o eco do amor que não morre,
a presença na ausência,
o abraço que ficou na memória.
E então, a alegria — tão breve,
tão rara quanto uma estrela cadente —
sorriu por um instante,
lembrando que, mesmo entre ruínas,
a vida ainda floresce. ?