Sepultura.
Desculpe-me , eu me deixei levar pela adrenalina, e nem sempre foi essa a maneira de fugir da realidade.
Quem sabe essa seja a minha realidade.
Acreditei que era mesmo real, até tudo fazer sentido.
Cavei um buraco muito fundo pra me esconder; imaginei que este buraco seria minha sepultura.
Imaginei ter encontrado o caminho de volta. Estava indo bem, até me deixar ser influenciado por falsas promessas.
Eu tinha o coração bom e fui usado, sugado, até restar apenas o vazio.
Desta vez, eu tinha algumas armas para combater o invisível, que aos poucos procura uma brecha para plantar sua semente.
Mais uma vez, eu estava indeciso, muito magoado por ter falhado. Não entendia a razão.
As pessoas ao meu redor não foram suficientes diante de tantos gritos silenciosos.
Perdi novamente a esperança nelas.
Obtive mais forças, mas isso me tornava fraco, e eu cavava mais fundo aquele buraco.
Velhas feridas se abrem. Contudo, novas manias, novos vícios, poucas interações sociais.
Ir além, se esgotar, criar hábitos saudáveis, estourar a bolha, acreditar em si.
Mil vezes eu me pergunto: por que da minha existência?
Mesmo não acreditando em Deus, eu peço para ele que me leve ou me explique as causas, os efeitos dessa dor.
Então, o sofrimento seria uma dívida sem sentido?
Meu fim não pode só vir durante meu sono?
Minha psicóloga disse que não posso viver no passado, e isso não me faz bem.
Que eu preciso me cobrar menos.
De fato, faz sentido.
Só que me sentir bem é momentâneo.
Claro, ninguém é exatamente como deve ser.
Sempre existirão momentos ruins para nos transformar e mostrar a realidade.
Sobrenome_poetico.