Lorena, de saudade, me faz chorar
Nas infindas horas de tristes dias...
Quando, por fim, haverá de cessar
Minhas dores, minhas agonias?
Tua ausência é a grande amargura
Que vês em meu choroso versejar;
É voz distante, que para ti murmura
Este infeliz poeta, num lamentar.
Saudade é pungente como aguilhão,
E, mesmo que superar a dor intente,
Implorando tua presença, o coração,
Distante de ti, jamais estará contente.
Quando voltares, há de ter um fim
Este cruel tormento, esta minha dor;
E, prostrado aos teus pés, assim,
Sufocarei minha saudade em amor.
Minha esperança tenta abrandar
Que de mim não estarás distante,
E, enamorado, haverei de ousar
Ser ainda, outra vez, teu fiel amante!