Sol em ponta de pé visita meu quintal
Pés molhados em terra, chora alecrim
Meu soluçar arranca folhas de jasmim
Já pendurei cada saudade no varal.
Tanto clarão em tom de canela
As palavras que me causam refúgio
Quebraram os ponteiros do relógio
E teus olhos não estão na janela.
O que me causa frio? Essa dor.
Perdi as horas e cravos do amor.
Sou, talvez, flor poética nascendo.
Talvez eu roube um beijo de hortelã.
Talvez o sol faça visita amanhã.
O meu corpo toma chá de poesia.