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Lyra Pereira

ROTINA

Num tom baixinho

Escuto o galo cantar,

Através da pequena fresta na cortina

Uma luz, ainda tímida,

Acusa o sol, que vem me despertar.

 

Café quente na caneca

Salpicado com canela,

Um leve tempero para o dia iniciar.

Chaves na mão,

Bolsa no ombro,

Beijo na \'cria\'

Hora de batalhar.

 

As horas passam diante da correria

Os ponteiros do relógio

Não tem preguiça de trabalhar, um tic tac sem cessar.

Lá fora, o sol se impõe

Imponente,

Mas, o compromisso da rotina

Anula o meu admirar, o dia passa,

voa, maratona...

Cuidado para não se acomodar.

 

Num piscar de olhos

O anoitecer começa a chegar.

Chaves na mão,

Bolsa no ombro,

Beijo na \'cria\',

É hora de descansar.