A vida é — o quê, afinal?
O que podemos esperar dela?
Ela segue o próprio rumo,
vai, termina, recomeça —
e nós só podemos continuar,
porque um dia ela acaba,
e o mundo, indiferente, continua.
É estranho pensar
nas coisas pequenas que nos paralisam,
nas bobagens que nos fazem desistir,
como se o viver fosse opcional.
A vida é curta demais pra tanta espera,
pra tanta briga,
pra tanto sofrer,
pra tanto sentir sem viver.
O insano é que só entendemos isso
quando algo muito ruim acontece,
quando a dor nos ensina o que o tempo não quis.
A vida é pra ser vivida,
pra ser contemplada,
pra ser sentida em cada respiro —
porque estamos vivos,
e os mortos… não vivem.
Eles tinham tanto pra viver,
tanto pra sonhar,
e ainda assim partiram.
Então eu fico —
vivo,
contínuo,
valorizando o milagre de estar aqui.
Descansa em paz, irmão.
Eu sigo por nós dois.