Se eu fosse poeta,
traduziria em versos o que teu corpo me incita em silêncio.
Começaria com o A,
A de Ardor, abraçando-te por inteira,
deixando tua pele derreter na minha,
num alfabeto quente de suor e êxtase.
O B viria em Beijos,
na tua boca, onde o tempo gêmeo e se entrega,
nos teus seios, obra-prima tensa e provocante
que me inspira e me prende ao teu calor.
O C seria Carícia,
mergulhando como um verso profundo e viciante
por caminhos que só tua pele me implora que explore.
E assim seguiria, letra por letra,
devorando-te inteira
num poema que o prazer dita e não há fim,
porque o desejo também é uma forma de escrever —
com o enlace dos quadris, com a respiração que explode,
com a urgência de quem ama o que o corpo pede sem pudor.