O começo foi lindo,
quase um filme sem corte,
dois corações em desatino,
brindando o acaso, vencendo a sorte.
Te amei sem pedir permissão,
como quem tropeça e sorri,
fui inteiro, fui coração,
sem saber onde aquilo ia dar… e deixei ir.
Te amei na leveza dos dias bons,
e nos silêncios que também diziam,
quando o toque falava mais que mil sons
e os olhos sabiam das poesias.
Mas o tempo…
ah, o tempo tem um jeito estranho de testar.
Vem sutil, depois rouba,
e nem sempre dá pra lutar.
Ficamos onde deu,
onde coube o que a vida deixou,
e mesmo amando por inteiro,
o depois… nunca chegou.
Hoje, às vezes me pego pensando:
e se eu tivesse olhado outra vez,
com menos pressa, com mais alma,
talvez eu enxergasse tua sensatez.
Mas sabe…
a verdade mais crua e bonita que carrego
é que sim, eu me apaixonaria de novo —
mesmo sabendo de todo apego.
Sim.
Te amaria outra vez.
Porque, entre tudo que passou,
ainda me encontro naquele talvez.
11 out 2025 (09:44)