PoetaPerdido

Punhal de ilusão

há tempos, penso em você
olho para o nada — e o nada me vê
Em mim, fixam-se os olhos do abismo
atraído à escuridão, sem eco no ouvido
 
como, daqui, ei de sair?
se cada pensamento me faz cair
assusta-me o silêncio e a solidão,
espessa neblina a envolver meu coração.
 
anseia o peito livrar-se desta sensação
como apagar memórias tão vívidas?
crava-se em minh’alma o punhal da ilusão
sangro num mar de historias cativas 
 
Estirado ao chão em meio a escória
O olhar ausenta vida e direção 
Num frágil vislumbre, agarro sua mão
 
traz-me, de novo, a alegria notória
Para que possa eu findar tal alegoria 
retomando minha antiga e terna euforia