Breno Pitol Trager

Rarefeição

Como pode à rarefeição voar o Pégaso?
Corais sem cores respirando fora d\'água
Consumindo a própria vida, expelem as mágoas
Sem Olimpo, é Atlântida perdida ao pélago

O rajar lento, em uma bússola desastro
Que a memória torna um som profundo, asas belas
Em luzes mortas que refluem da libélula
Desfiando a lei que a terra pôs num outro astro

As flechas turvas rompem a névoa que alvejo
Do mar profundo ergue-se até o sol, visão alada
Sem ser mostrada, livre de qualquer desejo

Graça rara do escândalo que oxigênio arda
No espaço em branco onde a sombra me rubra e enxofro 
É recusa do senil alvéolo envenenado