Eliete Souza

Quando os Olhos se Tocam

 

Quando os olhos se tocam, o mundo silencia,
pupilas dilatam em pura poesia.
Um tremor se insinua no ventre a bailar,
e o peito, em segredo, começa a pulsar.

É o susto do tempo em plena suspensão,
um nó de desejo, tensão e oração.
A pele arrepia, o ar fica denso,
no fio do olhar, tudo é tão imenso.

Espelham-se gestos, suspiros e tom,
um eco invisível dizendo: “sou som”.
E ali, sem aviso, se aprende a amar —
no sagrado instante de apenas… olhar.

   Eliete Souza.