Ricardo Oliveira

REFÚGIO E REGRESSO

Tire-me daqui, deste abismo inexplicável!

E num ciclo tão imutável, dai-me teu beijo improvável,

Para que eu mostre-me a ti como ninguém mais pode,

E nesse teu sonho impecável de minha alma, viver.

 

Anjo de amor! Tremeluzente estarei!

O que tens para dar-me sem que eu peça,

Só para amar-me cada vez, que eu chamar-te,

Nessa falta de poder ver teu olhar brilhante?

 

Devolva o que roubaste,

Mentira, eu não quero isso.

Pois é contigo que preservo minha natureza,

E tenho a certeza, de que infinitude, realmente és.

 

Refúgio e regresso em sua existência,

Que vou ao céu voando junto,

Nas asas de um ser contemplativo,

No qual nas águas sacras revelas-me.

 

A dona do sol e da meia-noite!

Minha loucura e insanidade.

Dou voltas no sentimento que,

Nem sei se o compreendo de verdade.

 

Luxúria de sensações,

E gentileza na profunda elegância.

O despertar que nunca sentir,

A vida correndo por dentro de mim.

 

Extraño el amor que se fue,

Mas que ressurge nas sílabas e,

Na sonoridade da harpa que um dia,

O Orfeu desesperadamente veio e tocou.

 

Sublimidade da vontade a ter-te,

Como brasa queimando pouco a pouco,

Ao fazer-me fugir de mim mesmo para si,

 Explodindo minha aura com a sua, e brevemente, respirar.

 

Poema n.3.251/ n.122 de 2025.