Seria manhã sem café,
rua sem passo,
casa sem voz.
Seria aquele domingo que não começa,
aquele riso que não vem,
o tempo parado no relógio da parede.
Seria olhar a paisagem e não ver cor,
ouvir uma música e não sentir nada.
Seria estar cercado e ainda assim sozinho.
Porque a sua vida —
seu jeito de existir no mundo —
é o que dá sentido ao meu caminhar.
É o que enche de luz os dias comuns,
o que faz até a dor valer alguma coisa.
Sem sua vida,
a minha seria apenas sobrevivência.
Um barco à deriva,
um poema sem verbo,
uma canção sem voz.
6 out 2025 (11:59)