Como quem descobre que a alma pode dançar sem sair do lugar,
e que teus olhos são rios onde minha própria essência se dissolve.
Te escrever é tentar capturar o impossível,
a leveza dos teus passos, o tremor que anuncia tua presença,
o silêncio que grita dentro de ti e que só meus sentidos sabem ouvir.
Cada gesto teu é um universo,
cada palavra, um eclipse que faz minha mente parar para admirar-te.
Te leio e me perco, me encontro e me reinvento,
como se existisse um fio invisível que me conduz diretamente ao teu ser.
Não há papel que suporte tua vastidão,
nem tinta que consiga desenhar o que sinto.
Então te guardo na memória,
onde meu pensamento se curva diante de ti,
onde cada batida do meu coração é uma ode silenciosa,
onde eu te escrevo inteira
mesmo sabendo que nenhuma palavra será jamais suficiente.
E assim, amor, aprendo contigo
que o encontro não é apenas no toque,
mas no mistério de nos (re)descobrirmos a cada instante.