Eu pensava que sabia.
Do amor.
Das promessas, dos gestos, das palavras bonitas.
Mas foi só quando ele chegou,
de rabo leve e olhos de espera,
que entendi:
o amor não precisa ser dito —
ele se deita aos teus pés.
Não pediu nada.
Só ficou.
Mesmo quando não fui bom,
mesmo quando fui ausência,
ele ficou.
E ali, sem discursos,
sem exigências,
com a paciência dos que já conhecem a alma humana,
ele me amou.
Não por quem eu era,
mas apesar de quem eu era.
Não pelo que eu dava,
mas porque estava ali.
Ele me ensinou
que o amor não grita,
não mede,
não cobra.
Ama. Só isso.
Aprendi a ser melhor,
não por lições duras,
mas por olhos que me olharam
como se eu fosse o mundo inteiro.
Se existe uma forma pura de amar,
ela tem quatro patas,
silêncio na boca
e eternidade nos gestos.