Melancolia...

O Amor Quando Fere.

O amor, quando fere,
não grita — ele sussurra com a voz de quem fica.
É a ausência sentando ao lado,
fazendo barulho demais no silêncio da casa.

 

É aquele cheiro que insiste no travesseiro,
mesmo depois do sabonete novo.
É lembrar o toque e sentir falta do que doeu,
porque, de algum jeito torto, aquilo era viver.

 

O amor, quando fere, não mata de uma vez —
ele vai tirando o ar em parcelas,
como se fosse justo continuar andando
com o coração puxando a perna.

 

E a gente finge que esqueceu,
diz que superou com a boca cheia de outras bocas,
mas no fundo carrega no peito
um nome que ninguém deveria saber.

 

Porque o amor, quando fere,
não deixa cicatriz —
ele vira parte do corpo,
feito costela: a gente esquece que dói,
até bater de novo.

25 set 2025 (11:25)