Um dia, a garota que eu mais amei me perguntou:
— Por que você ainda me ama?
Eu também me perguntei isso.
Poderia dizer que minha alma amou a dela,
mas essas seriam só palavras bonitas,
metáforas soltas —
e eu nem sei se foram reais.
Pensei que fosse pelo jeito dela,
gentil como o mar,
ou talvez pelo toque suave do seu cabelo,
que eu amava como se fosse poesia.
Mas nada disso explicava.
Até que entendi:
o amor não se explica.
Amor não cabe em perguntas,
nem em frases feitas.
Se alguém tentasse definir,
diria apenas:
\"É um sentimento bom.\"
Mas, pra mim…
o amor era ela.
E como explicar o que é ser inteiro em alguém?
Como descrever algo
que transborda até o que somos?
Meu amor por ela não nasceu para ser entendido,
mas sentido.
Há sentimentos tão profundos
que nem nós —
com toda a nossa complexidade humana —
conseguimos alcançar por completo.
E esse,
era o meu amor.